sexta-feira, 21 de abril de 2017

Reino Protoctista - Resumo

Martinelli - 77106
João - 20033
Reino protoctista

O Reino Protoctista inclui os protozoários, propriamente ditos, e algumas algas. Protozoários são, em sua grande maioria, microscópicos seres eucariontes (possuem carioteca) e heterotróficos que vivem em ambientes aquáticos e úmidos. Eles podem viver sozinhos ou formar colônias tendo nestes uma diferenciação das células especializadas de reprodução.


Classificação

A classificação dos protozoários baseia-se fundamentalmente nos tipos de reprodução e de organelas locomotoras.
A locomoção se faz por batimento ciliar, flagelar, por emissão de pseudópodos e até por simples deslizamento de todo o corpo celular. Em alguns ciliados há, no lugar do citoplasma, filamentos contráteis, os mionemas. Os pseudópodos, embora sendo expansões variáveis do citoplasma, podem se apresentar sob diferentes formas.

 Esporozoários 

Não possuem orgânulos para locomoção.
São todos parasitas e apresentam um tipo de reprodução assexuada especial chamada de esporulação: uma célula divide seu núcleo numerosas vezes; depois, cada núcleo com um pouco de citoplasma é isolado por uma membrana, formando assim vários esporos a partir de uma célula
No ciclo vital apresentam alternância de reprodução assexuada e sexuada.
O principal gênero é o Plasmodium, com várias espécies causadoras da malária. O Toxoplasma gondii, causador da doença toxoplasmose é de grande seriedade em mulheres grávidas até o terceiro mês.

Rizópodes

São amebas (“nus”); radiolários e foraminíferos (têm carapaças com formas bastante vistosas, feitas de calcário ou de sílica - importantes indicadores da existência de jazidas de petróleo)
São marinhos, de água doce ou parasitas (Entamoeba histolytica). Têm um ou mais núcleos, vacúolos digestivos e vacúolos contráteis (apenas nos de água doce).
Os Rizópodes caracterizam-se por apresentarem pseudópodes como estrutura de locomoção e captura de alimentos. São projeções da célula, que se deforma toda, que encaminham a ameba para várias direções. O mecanismo que leva à formação dos pseudópodes está hoje razoavelmente esclarecido: na região de formação de uma dessas projeções, a parte viscosa do citoplasma se torna fluida, permitindo que o restante da célula flua nessa direção. Vários pseudópodos podem ser formados ao mesmo tempo, modificando constantemente a forma da ameba. Os pseudópodos, na ameba, não servem apenas para a locomoção. Também são utilizados para a captura de alimento: pequenas algas, bactérias, partículas soltas na água etc. Eles rodeiam o alimento  e o englobam.
O vacúolo alimentar formado (também chamado de fagossomo) une-se a lisossomo e se transforma em vacúolo digestivo. Inicia-se a digestão, a partir de enzimas lisossômicas que atuam em meio ácido. Progressivamente, o conteúdo do vacúolo digestivo torna-se alcalino, até completar-se a digestão. As partículas digeridas atravessam a membrana do vacúolo, espalham-se pelo citoplasma e vão participar do metabolismo celular. Partículas residuais são expelidas da célula pela fusão da parede do vacúolo com a superfície da célula, em um processo inverso ao da fagocitose.
As amebas de vida livre que vivem em água doce apresentam vacúolo contrátil ou pulsátil para osmorregulação, eliminando o excesso de água que vai entrando no seu citoplasma (hipertônico), vindo do ambiente mais diluído (hipotônico).

Em condições desfavoráveis, por exemplo sujeita à desidratação, a Entamoeba produz formas de resistência, os cistos, com quatro núcleos no seu interior (partição múltipla).
A reprodução assexuada é por bipartição simples ou cissiparidade (mecanismo semelhante a mitose).
Dentre as amebas é importante a Entamoeba histolytica, que parasita o intestino humano, causando a disenteria amebiana ou amebíase.


Flagelados 

Sua célula é alongada, podem ter um ou mais flagelos e em alguns há também pseudópodos. No gênero Trypanosoma há uma membrana ondulante que auxilia na locomoção. Próximo ao ponto de origem do flagelo, existe o cinetoplasto, organela que contém o DNA, capaz de se autoduplicar e que fica incluído no interior de uma longa mitocôndria de formato irregular que se estende ao longo da célula.
Existem flagelados de vida livre (Euglena – possuem clorofila e realizam fotossíntese; podem, também, nutrir-se de forma heterótrofa = zooflagelados), mutualísticos (Trichonympha, no intestino de cupins – fornecem a enzima celulase) e parasitas (Trypanosoma cruzi).
Nos coanoflagelados, há uma espécie de colarinho que serve para a captura de partículas alimentares; têm estrutura muito semelhante aos coanócitos, células típicas das esponjas.
Devido a isso, há teorias que sugerem uma relação filogenética entre coanoflagelados e esponjas. 

A reprodução é sexuada ou assexuada por divisão longitudinal.
Este filo tem muitos importantes parasitas humanos:
Leishmania braziliensis: Causa a leishmaniose tegumentar ou úlcera de Bauru ('ferida brava'). Vive no interior das células da pele e é transmitida pelo mosquito-palha (birigui).

Trypanosoma cruzi: 
Causa a doença de chagas, comum em nosso país e na América do Sul é transmitida por percevejos popularmente conhecidos como barbeiros.

Giardia lamblia
: Causa a giardíase (intestinal).

Trichomonas vaginalis: Causa a tricomoníase (no aparelho genital).
No intestino dos cupins e das baratas que comem madeira existem flagelados. Essa convivência é pacifica e caracteriza uma associação em que ambos os participantes são beneficiados (mutualismo). A madeira ingerida pelos insetos é digerida por enzimas produzidas pelos flagelados. Ambos aproveitam os produtos da digestão.


Ciliados

É o grupo mais altamente especializado. Apresentam cílios, cirros e membranelas. Estas duas últimas estruturas resultam da concrescência (união) de muitos cílios. Entre eles estão os protozoários “gigantes” como os paramécios (Paramecium) muito usados em estudos; aqui estão os protozoários de organização mais complexa. Os paramécios deslocam-se muito mais rapidamente que os flagelados e as amebas por causa dos inúmeros cílios que se projetam da parede do corpo. A maioria é de vida livre.
Além de orgânulos especializados, possuem dois núcleos: macronúcleo (funções vegetativas) e micronúcleo (funções genéticas: hereditariedade e reprodução); apresentam extremidades anterior e posterior; na membrana, a entrada do alimento se dá pelo citóstoma e a saída de resíduos pelo citopígio (= citoprocto).
Possuem dois vacúolos pulsáteis que funcionam alternadamente efetuando a regulação osmótica e possivelmente a expulsão de toxinas. Cada vacúolo possui canais que recolhem a água celular, encaminhando-a para um reservatório que efetua a sua expulsão da célula.

Trocas gasosas e excreção, como nos demais protozoários, ocorre pela superfície da célula. A reprodução assexuada, como na ameba e na euglena, ocorre por divisão binária.
A reprodução sexuada por conjugação consiste no pareamento de dois paramécios, com fusão das membranas e em seguida troca de material genético dos micronúcleos. Depois os paramécios se separam e se reproduzem assexuadamente por cissiparidade.

Reprodução

No caso dos indivíduos unicelulares, geralmente a reprodução se dá de maneira assexuada por bipartição.
Porém, pode haver também reprodução sexuada por conjugação ou formação de gametas. As algas pluricelulares possuem ciclos reprodutivos complexos chamados de haplobiônticos.

Reprodução Sexuada:


SINGAMIA OU COPULAÇÃO:

É a união completa de duas células haplóides (gametas). Em formas primitivas, observa-se ISOGAMIA morfológica, ou seja, semelhança dos dois gametas. Dela se deriva a ANISOGAMIA, na qual microgametas móveis (as células sexuais masculinas) se unem com os macrogametas (células sexuais femininas) imóveis, na maioria dos casos.

 CONJUGAÇÃO:

 União parcial transitória de dois indivíduos, na qual se trocam mutuamente núcleos haplóides de modo que, depois de realizada a separação, os núcleos dos ex-conjugantes possuem uma nova guarnição cromossômica combinada. A conjugação encontra-se somente nos ciliados, os protozoários mais altamente diferenciados e mais ricos em diferenciação citoplasmática. O ciclo é diplobionte.
Dois ciliados, na maior parte das vezes com a mesma forma, encontra-se um ao outro pela região oral; aí se forma uma ponte citoplasmática.

 Reprodução Assexuada:


 Divisão binária simples

Este tipo de reprodução baseia-se na bipartição do corpo celular. Nas amebas nuas não há plano de divisão, elas simplesmente assumem uma forma arredondada e dividem-se em duas metades basicamente iguais as células filhas recebem diretamente a estrutura do progenitor; em apenas um dos indivíduos será formado, de novo, um vacúolo contrátil. Já nas amebas testáceas há uma considerável variedade e sua divisão freqüentemente assemelha-se ao processo de brotamento,como ocorre em Arcella . Nestas o protoplasma se exterioriza gradualmente pela abertura da concha como um grande pseudópodo, separando-se após mitose. O organismo gerador retém a concha e a metade do citoplasma, enquanto o outro membro secreta uma nova concha.

  Divisão Múltipla ou esquizogonia

A divisão múltipla segue-se às mitoses repetidas; em alguns grupos de protozoários, a divisão nuclear não é seguida imediatamente de citodierese. Resulta então a acumulação de muitos núcleos, milhares talvez, antes que se inicie a diferenciação das células filhas. Quando esta começa a se processar, formam-se quase concomitantemente muitos organismos filhos. Então o citoplasma divide-se em tantos territórios quantos os núcleos filhos, isolando elementos unicelulados ou esquizozoítos. Ocorre em protozoários parasitos (Apicomplexa, Microspora, Ascetospora e Mixozoa) e em algumas espécies de vida livre (foramníferos e “radiolários”).

Brotamento


É uma forma de fissão no curso da qual pode a célula materna ser apenas afetada pelo processo reprodutor. No brotamento simples de um suctório, o ciliado paterno, sedentário, conserva seu aparelho alimentador, enquanto se realiza a divisão nuclear e é produzido um broto terminal ou lateral que se desenvolverá  convertendo-se em larva ciliada. Em outros casos, o brotamento é múltiplo e há produção simultânea de 4 a 12 larvas (em Ephelota), embora em outros suctórios, Acineta por exemplo, a larva possa aparecer por brotamento do fundo de uma cavidade matriz que se forma por invaginação da superfície do corpo. Em certos ciliados, ou seja da ordem Apostomatida, há casos de formação de cadeias lineares de ciliados formados por brotamento.

Os organismos ciliados resultantes do brotamento, nadam livremente até se estabelecerem num substrato, quando perdem os cílios e desenvolvem tentáculos alimentadores e pedúnculo fixador. 

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