quarta-feira, 15 de março de 2017

Resumo do capítulo - Vírus

João - 20033

ALERTA DE SPOILERS A PARTIR DAQUI

"CAPÍTULO CXXV / EPITÁFIO

AQUI JAZ D. EULÁLIA DAMASCENA DE BRITO
MORTA 
AOS DEZENOVE ANOS DE IDADE
ORAI POR ELA! 


CAPÍTULO CXXVI / DESCONSOLAÇÃO 

 O epitáfio diz tudo. Vale mais do que se lhes narrasse a moléstia de Nhã-loló, a morte, o desespero da família, o enterro. Ficam sabendo que morreu; acrescentarei que foi por ocasião da primeira entrada da febre amarela. Não digo mais nada, a não ser que a acompanhei até o último jazigo, e me despedi triste, mas sem lágrimas. Concluí que talvez não a amasse deveras. Vejam agora a que excessos pode levar uma inadvertência; doeu-me um pouco a cegueira da epidemia que, matando à direita e à esquerda, levou também uma jovem dama, que tinha de ser minha mulher; não cheguei a entender a necessidade da epidemia, menos ainda daquela morte. Creio até que esta me pareceu ainda mais absurda que todas as outras mortes. Quincas Borba, porém, explicou-me que epidemias eram úteis à espécie, embora desastrosas para uma certa porção de indivíduos; fez-me notar que, por mais horrendo que fosse o espetáculo, havia uma vantagem de muito peso: a sobrevivência do maior número. Chegou a perguntar-me se, no meio do luto geral, não sentia eu algum secreto encanto em ter escapado às garras da peste; mas esta pergunta era tão insensata, que ficou sem resposta."

FIM DOS SPOILERS

ASSIS, Joaquim Maria Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. 140 p. Disponível em: <http://machado.mec.gov.br/images/stories/pdf/romance/marm05.pdf>. Acesso em: 15/03/2017.

Esse trecho do clássico de Machado de Assis conta a morte de Eulália (Nhã-loló), que era noiva de Brás Cubas. Como nota-se no texto, ela padeceu de febre amarela, uma doença que é passada por vírus. Segundo BENCHIMOL (1994), a primeira entrada da doença no Rio (a que Cubas se refere) deu-se entre 1849 e 1850. E como foi descoberto apenas muitos anos depois, a doença é transmitida por um vírus.
Desde os mais remotos tempos, os vírus estiveram presentes conosco, causando as mais diversas moléstias e enfermidades. A maior pandemia da história da humanidade, por exemplo, foi causada por um vírus: a Gripe Espanhola matou entre 20 e 40 milhões de pessoas mundo afora.
Por isso estudar os vírus torna-se tão importante: e por conta da intensificação dos estudos sobre o assunto, há mais vacinas, uma maior conscientização e menos infectados e mortos, portanto, em decorrência dos vírus.

1. O que é um vírus?

Muito discute-se sobre se um vírus é ou não um ser vivo, mas o que mais aceita-se hoje em dia é que ele não seja um. Vejamos, então, as principais características deles.
  • São acelulares, portanto não têm célula;
  • Medem em média de 20 a 300 nanômetros de diâmetro. Ou seja, entre 0,000002 e 0,00003 centímetros;
  • Não têm metabolismo próprio;
  • Dependem exclusivamente de uma célula hospedeira para que metabolizem e reproduzam. Ou seja, são considerados parasitas intracelulares obrigatórios. Fora do hospedeiro, ficam "inativos";
  • Na maioria dos casos não têm os dois tipos de ácidos nucleicos.
A partir desses pontos, podemos observar que os vírus são bem diferentes dos outros seres.

2. Estrutura dos vírus

Usemos o herpesvírus humano como exemplo.


Esse vírus segue o padrão da maioria dos outros. As partes de sua estrutura são:

2.1 Núcleocapsídeo: conjunto do capsídeo e material genético (como se fosse um núcleo);

2.2 Capsídeo: capa proteica que protege o material genético do vírus. Composto de proteínas;

2.3 DNA: material genético do vírus. Outros podem ter RNA, mas pouquíssimos têm ambos.

2.4 Envelope viral: uma estrutura bilipídica que tem o papel de proteger o vírus - uma espécie de membrana celular.

2.5 Proteínas virais: servem para ligar-se a receptores nas células e penetrar na membrana celular.

2.6 Tegumento: estrutura proteica.

3. Reprodução dos vírus

Como vimos antes, o primeiro passo para a reprodução de um vírus é ter uma célula que ele possa parasitar, já que eles são parasitas intracelulares obrigatórios.
A forma como os vírus ingressam na célula variam. Alguns apenas "injetam" o genoma, enquanto outros entram completamente nelas. Atenhamo-nos, porém, à reprodução dos bacteriófagos, que é mais popular e que estudamos em aula.

Há dois ciclos de sua reprodução. O lítico e o lisogênico.

3.1 O ciclo lisogênico

O bacteriófago injeta seu genoma na célula. Após, o material genético do vírus integra-se ao da célula. Assim, por meio das divisões celulares todas as descendentes da célula inicial estarão infectadas com o material genético do vírus.

3.2 O ciclo lítico

Em dado momento, o genoma viral pode separar-se do bacteriano e multiplicar-se dentro da célula. Nesse caso, novos fagos se formarão e ocorrerá a lise celular (a membrana celular romper-se-á). Os fagos sairão da célula e poderão iniciar os ciclos de novo. Note-se que o fago pode ir "direto" ao ciclo lítico, não necessariamente passando pelo lisogênico. O esquema abaixo explica melhor minha descrição.


Um dos maiores motivos para que seja difícil criar vacinas, tanto para bactérias quanto para vírus, é esse processo. Pois caso a célula sobreviva após a lise, poderá ficar com resquícios do genoma viral. Da mesma forma os vírus: após deixarem a célula, poderão levar pedaços do genoma bacteriano. Essas pequenas mutações dificultam muito os estudos dos cientistas.

4. Doenças transmitidas por vírus

Como vimos no começo do texto, as doenças transmitidas pelos vírus são motivos de problemas para a humanidade há um bom tempo: conhecer essas moléstias é fundamental para que não perpetuemos, ou pelo menos não acometamo-nos, desses problemas de saúde. Citarei as cinco principais doenças virais, explicando qual vírus as transmite, como, os seus sintomas, prevenção e cura (caso haja).

4.1 AIDS

Uma das doenças mais conhecidas do planeta, a AIDS (sigla em inglês para Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) é causada pelo vírus HIV (sigla para Vírus da Imunodeficiência Humana). Ele invade os linfócitos CD4, um tipo de leucócito, consequentemente baixando a imunidade do organismo, deixando-o mais suscetível a doenças
Após a incubação do vírus, os primeiros sintomas aparecem: febres, dores de cabeça, de garganta e musculares. Após, o vírus fica inativo, sem manifestar-se.
Quando o organismo já está bem afetado, a doença manifesta-se de fato, por meio de infecções como tuberculose, pneumonia e até mesmo alguns tipos de câncer.
A AIDS é transmitida pelo contato com mucosas, ferimentos e pelo sangue. Portanto, pode ser transmitida por meio de relações sexuais. Não há vacina para a doença, portanto a prevenção pelo uso de preservativos é fundamental. Além disso, deve-se usar apenas agulhas descartáveis e tomar muito cuidado com produtos sanguíneos. A doença também é passada de mãe para filho na gravidez.
Não há cura para a AIDS, mas há formas de amenizar seus efeitos, por meio do uso de coquetéis antirretrovirais, combinações de drogas que inibem a rápida multiplicação do HIV, estendendo a sobrevida do paciente. Os efeitos colaterais não são nada bons, mas a pessoa pode levar uma vida relativamente normal.

4.2 Febre amarela

A doença que acometeu a noiva de Brás Cubas, Eulália, na história fictícia passada no Século XIX, continua assustando muitas pessoas Brasil afora. No início desse ano uma epidemia de febre amarela iniciou-se no interior de Minas Gerais, espalhando-se em menor escala para estados adjacentes. Isso fez com que filas gigantes acumulassem-se em frente aos postos de saúde, com pessoas em busca da vacina. É justamente por conta dela que a doença está relativamente controlada.
Ela é causada por um vírus do gênero Flavivirus e transmitida a nós pela picada de mosquitos.
Há, em geral, dois tipos de febre amarela: a silvestre e a urbana. Ambas têm sintomas e vírus idênticos. O que as difere é o local de transmissão ao ser humano e o vetor. A silvestre é transmitida pelos mosquitos do gênero Haemagogus; a urbana, pelo Aedes aegyipti.
A onda de febre amarela desse ano foi silvestre, portanto municípios fortemente urbanos não correram tanto perigo. Porém, há um risco grande de suas populações serem acometidas pela febre amarela urbana. Como? Simples: se um habitante não vacinado vai para o campo, recebe uma picada de um Haemagogus infectado, volta e é picado por um Aedes aegypti, o risco da doença espalhar-se é grande. Felizmente, não há surtos desse tipo da doença no Brasil desde 1942.
Seus sintomas

terça-feira, 7 de março de 2017

Resumo do capítulo 1 do livro

João - 20033

No capítulo 1 estudamos a classificação de todos os seres vivos. Todos os dados presentes nesse texto foram retirados de nosso livro didático e das nossas anotações de aula.

Conforme se desenvolviam as civilizações e a humanidade em geral, tentava-se classificar os animais. Inicialmente fazia-se pela experiência prática - se um animal era venenoso/nocivo, comestível, etc.
O primeiro passo maior foi dado por Aristóteles. Ele focou mais especificamente nos animais, porém foi o primeiro a criar uma classificação propriamente dita. Segundo ele, os seres vivos eram organizados conforme a complexidade: nós no topo da escala, as plantas mais abaixo e os minerais no extremo inferior.
Teofrasto, sucessor de Aristóteles, interessou-se pelas plantas e as classificou em três tipos: ervas, arbustos e árvores. Óbvio que todas essas classificações eram muito rudimentares, mas foram o pontapé inicial para a ciência que vemos hoje.
Com o tempo, as classificações foram aperfeiçoando-se e ficando cada vez mais específicas. Mas o maior passo para os sistemas de classificação (a taxonomia) que temos hoje foi dado pelo sueco Lineu. Foi ele quem criou alguns táxons que usamos até hoje (em ordem decrescente): Reinos, classes, ordens, gêneros e espécies.
Lineu criou a convenção para a nomenclatura das espécies. Escreve-se assim:

Homo sapiens

O gênero sempre tem letra maiúscula, seguido da palavra que, acompanhada da anterior, denomina a espécie (essa inicia em minúsculas). Note que o nome está todo em itálico.
Ademais, caso queira-se escrever o nome à mão, o autor sublinhá-lo-á. sendo que as duas palavras devem ser sublinhadas em separado.
Atualmente, as divisões dão-se desse maneira (da maior para a menor): reino, filo, classe, família, ordem, gênero e espécie.
Atualmente agrupam-se os animais não por suas semelhanças aparentes, mas sim por sua semelhança genética.

E como são geradas as espécies?
Elas podem gerar-se por meio da especiação, nome genérico para as diferentes maneiras de se "criar" espécies novas. Os três principais tipos são:

  • A deriva genética, que acontece geralmente quando ocorre um desastre natural. Por exemplo, suponhamos que em uma ilha há um alagamento, mas em uma parte mais alta alguns indivíduos da espécie x sobrevivem. Quando a água baixar eles repovoarão o local com os seus genes, causando mudanças na espécie ou mesmo criando uma espécie nova.
  • O efeito fundador. Quando uma nova colônia é criada em determinado local e os indivíduos dessa colônia não mais se reproduzem com outros, a tendência é que esses indivíduos tornem-se uma nova espécie algumas gerações adiantes. Mas é bom ressaltar que esses indivíduos devem estar totalmente isolados dos outros.
  • A seleção natural. A teoria, criada por Charles Darwin, diz que os indivíduos mais fortes de determinada espécie tendem a dar continuidade à própria espécie. Ao longo das gerações, essas mudanças e mutações podem fazer com que novas espécies apareçam.

As relações de parentesco entre as espécies (filogenia) podem ser representadas por gráficos chamados cladogramas. Como são os cladogramas? Segue a imagem:


A base do cladograma denomina-se táxon ancestral; os pontos de divisão chamam-se nós. Quanto mais acima no gráfico, mais complexa/recente é a espécie (de certa forma e com as devidas proporções, da mesma forma que Aristóteles fez).
Interpretar um cladograma é relativamente simples. Nesse da imagem, podemos perceber e/ou concluir que:


  • Os coelhos e os primatas estão mais próximos que tubarões e anfíbios;
  • Os crocodilos estão tão próximos dos pássaros quanto os primatas dos coelhos;
  • A espécie que está no nó que deu origem aos anfíbios se aparenta com um anfíbio atual;
  • O táxon ancestral do cladograma tem uma coluna vertebral;
  • A partir do nó que dá origem aos anfíbios, os animais têm quatro patas; etc.

Fontes:

OSORIO, Tereza Costa (org). Ser protagonista: Biologia, 2º ano: Ensino Médio. 2ª ed. São Paulo: Edições SM, 2013.

Anotações do caderno

Resolução dos exercícios das páginas 22 e 23 do livro

João - 20033
Martinelli - 77106
R. Dias - 13944

Como fizemos a atividade em trio na aula, publicamos a resolução dos três em um post apenas.

Página 22 - 1 - correta: b)

É a única grafia correta: escrita em itálico, com o gênero em maiúsculo e a segunda palavra, que designa a espécie quando está junta ao gênero, iniciando em letra minúscula.

2 - a, b - Deveria digitar o nome da espécie (Cebus apella), pois é ela que identifica, especifica (com o perdão da repetição) a espécie. Os outros nomes são mais genéricos, pois englobam várias outras espécies.

3 - correta: b)

A ordem é uma subdivisão direta da família, portanto dois animais que pertencem à mesma ordem necessariamente pertencerão à mesma família. Já o gênero é a última divisão antes da espécie, portanto dois animais do mesmo gênero sempre terão maior semelhança do que dois animais de mesma família, ordem, classe e assim sucessivamente.

4 - correta: a)

Observa-se de cara que a maior semelhança é entre baleia e pássaro, pois eles estão a apenas um "nó" de distância do cladograma.

5 - correta: c)

São três gêneros (Tabebuia, Cybistax e Pyrostegia) e seis espécies (Tabebuia serratifoliaTabebuia cassinoides, Tabebuia aurea, Tabebuia alba, Cybistax asntisyphillitica e Pyrostegia venusta).

6 - correta: c)

Enquanto os rinocerontes das ordens Rhinocerus e Dicerus pertencem à mesma família, zebras e cavalos pertencem ao mesmo gênero (Equus). Assim sendo, podemos afirmar que o parentesco entre zebras e cavalos é maior.

7 - correta: d)

Embora sejam do mesmo gênero (Didelphis), o segundo nome dos táxons 3 e 4 é diferente. Ou seja: são duas espécies diferentes.

8 - a - Pertencem ao gênero Felidae.

8 - b - Pois o que diferencia de fato duas espécies é o fato de que eles não geram descendentes férteis. Como gatos conseguem gerar descendentes férteis, por mais diferentes que os seus pais sejam, podemos considerar que eles são da mesma espécie. Consequentemente, eles possuem o mesmo nome científico (Felis catus).

8 - c - Felidae, pois os nomes das famílias sempre terminam em -ae.